2012 não será um ano fácil. No cenário
internacional, os mercados andam apreensivos com o endividamento dos países
europeus e a fraca reabilitação da economia norte-americana. Por aqui, o
endividamento da população cresce, o ritmo da criação de postos de trabalho
diminui e o crédito para pequenas empresas já começa a ficar mais caro. “Tudo
indica que os mercados ficarão ainda mais competitivos para os pequenos
negócios”, afirma Reinaldo Messias, consultor do Sebrae-SP.
Mas nada disso deve desanimar os
empreendedores que pensam em abrir uma empresa em 2012. Mesmo diante de um
cenário adverso, é possível iniciar um negócio vitorioso – desde que o
empreendedor capriche em pesquisa, análise de mercado e planejamento. “Talvez
neste momento, o melhor que podemos fazer é buscar respostas, de forma
assertiva e segura, a algumas questões fundamentais voltadas a minimizar as
chances de falhas que comprometam o sucesso de um novo empreendimento”, comenta
Messias.
Para ajudar os empreendedores que
pretendem estrear no mundo dos negócios em 2012, o Estadão PME ouviu
especialistas e listou cinco perguntas que o candidato a empresário deve fazer
antes de abrir um negócio. Confira:
1 - Eu estou preparado
para o risco?
“Empreender
implica em correr riscos”, destaca Fábio Iwai, presidente do instituto de
fomento ao empreendedorismo Motivar. “Planejar não é garantia de sucesso. Isso
se torna ainda mais verdadeiro em tempos de incerteza no cenário econômico. Por
isso, antes de abrir uma empresa, é preciso se conscientizar dos riscos
inerentes ao negócio e só seguir adiante se estiver disposto a enfrentá-los”,
aconselha Iwai.
2 - Sei como a economia
pode afetar minha futura empresa?
É
preciso avaliar quais são os principais fatores econômicos que vão influir
diretamente em seu negócio. A variação cambial pode alterar o preço final dos
produtos que você vai comercializar? A sua empresa vai depender muito do
crédito para realizar as vendas? As respostas variam de acordo com o perfil de
cada negócio. Por isso, os especialistas aconselham que o empreendedor estude
cada uma das variáveis para medir o grau do risco a que estará exposto. Assim,
poderá desde já encontrar estratégias para enfrentar as constantes mudanças no
cenário econômico.
3 - Este negócio combina
comigo?
“O
empreendedor precisa se conscientizar de suas capacidades e limites, analisando
se o negócio que pretende montar é adequado ao seu perfil e se ele realmente
vai conseguir oferecer uma contribuição decisiva para o sucesso da sua
empresa”, define Iwai. “Fazer esta auto-análise também é importante para
definir quais as capacidades que o empreendedor não possui e, a partir daí,
saber que tipo de profissional ele precisa contratar para complementar a gestão
da empresa.”
4 - O produto ou serviço
que eu vendo tem algum grau de diferenciação?
“Quem
não tiver nenhum diferencial a apresentar, rapidamente será engolido pela
concorrência”, avisa Iwai. Sem qualquer inovação, as margens de lucro tendem a
ser muito baixas – o que pode se transformar em um grande problema. “O
empreendedor deve validar o projeto do empreendimento apenas se ele oferecer
margens satisfatórias. Só assim ele terá algum espaço para errar no começo”,
opina Iwai. “Com margens baixas, qualquer erro se transforma em um problemão.”
5 - Será que eu
realmente planejei bem a empresa?
Caso
o empreendedor tenha se saído bem nas perguntas acima, Reinaldo Messias,
consultor do Sebrae-SP, recomenda ainda algumas questões do tipo “ tira-teima”.
São
elas: tenho informações consistentes do mercado e da atividade que pretendo
empreender? Empreender neste momento é uma questão de oportunidade ou
necessidade? Como imagino esta empresa nos próximos três anos? Se faltar
recurso financeiro, sei como consegui-lo? Conheço os aspectos legais e
tributários que regulamentam esta atividade? Vou empreender sozinho ou
realmente preciso de um sócio? Estou preparado técnica e emocionalmente para
“tocar” esse empreendimento? Estou pronto para tirar esta idéia da cabeça e
construir planos para o negócio?
Por
fim, Messias dá uma última dica: “Procure sempre alguém para avaliar seus
planos”.
Fonte: AE
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