Saber escolher um
sócio e definir claramente, desde o início, os poderes de cada um são meio
caminho para o sucesso de uma empresa
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O
consultor empresarial José Carlos Ignácio*, diretor da JCI Acquisition,
apresenta as diretrizes que os líderes precisam possuir para que as
competências individuais sejam potencializadas na gestão financeira,
administrativa e de recursos humanos.
“O
relacionamento entre os sócios e a gestão diária devem ser planejados e
organizados. O poder de decisão deve ser maduramente dividido, levando em
consideração fatores como necessidades da organização e competências
individuais”, ressalta o diretor da JCI Acquisition, empresa de consultoria
especialista em relacionamento e coordenação de sócios.
Normalmente
a cúpula da empresa divide-se em diretoria administrativa, financeira,
marketing comercial e produção, que variam de grau de importância de acordo com
o ramo de atuação do empreendimento.
O
consultor orienta que, se a firma está nos seus primeiros anos de atividade, há
cargos que podem ser delegados a profissionais e outros em que o comando e
domínio do sócio são insubstituíveis, sob risco de perda de qualidade do
serviço ou produto oferecido.
“A
priori, a direção financeira é decisiva em qualquer ramo de atividade, sendo
dificilmente delegável a terceiros em uma sociedade em que os sócios a
gerenciem diretamente”, explica José Carlos Ignácio, que destaca algumas
situações que podem vir a acontecer quando os envolvidos na sociedade não
alinham as atuações.
Conflitos
internos
Segundo
o diretor da JCI Acquisition, a má divisão de atuação pode interferir no
desempenho dos funcionários. “Uma empresa de construção civil tinha um sócio
centralizador e um sócio ‘delegador’. Essa diferença gerava conflito
diariamente, pois era utilizada pelos funcionários que concentravam, sempre que
podiam, todas as demandas junto ao sócio ‘delegador’, pois as chances de
sucesso eram maiores”.
Nesse
caso, a orientação do especialista foi pela revisão do organograma
simultaneamente a uma reunião entre os líderes. “Após essas ações, em um curto
período os colaboradores entenderam a mudança e perceberam que despachar com
qualquer dos sócios era a mesma coisa, ou seja, prevaleceria sempre os
interesses da empresa”, destaca José Carlos Ignácio.
Outro
ponto que deve ser verificado na sociedade é o estágio de vida de cada
profissional envolvido. Idade, núcleo familiar e situação econômica pessoal
devem ser levados em consideração, com o cuidado de não permitir que atitudes e
posturas peculiares venham desestabilizar a relação no trabalho.
“Uma
situação que encontrei foi a de um sócio jovem e ambicioso e de um sócio de
meia idade e independente financeiramente. O debate de ideias e posicionamento
da corporação conflitava de maneira muito forte. Identifiquei a situação e
conduzi um diálogo aberto sobre as diferentes visões. O resultado foi a
contratação de um assessor para o sócio mais idoso, contornando o problema.”
A
orientação é para sempre identificar a predisposição ao risco e a carga de
dedicação de cada sócio. Essas especificidades devem estar claramente
resolvidas e discutidas, pois ambas podem servir tanto para a alavancagem da
sociedade como de fontes de atritos permanentes.
*
José Carlos Ignácio, sócio-fundador da JCI Acquisiton, possui
bacharelado em Administração de Empresas, MBA e Pós Graduação Latu Sensu. É
também palestrante e passou por diversas organizações nacionais e
multinacionais. Com seu know-how, já participou de processos de Fusão e
Aquisição e de Relacionamento de Sócios em diversas empresas em todo o Brasil.
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