Não faça: Contratar
pessoas parecidas com você
Uma
tentação forte. Nas entrevistas, você procura se identificar com os candidatos
e acaba contratando quem você acha que se sentirá mais à vontade. Se fizer
isso, ou pior, contratar amigos, vai ter problemas no longo prazo e correrá o
risco de tomar decisões erradas. Procure pensar em que tipo de profissional
você precisa e não em quem você gosta. São pessoas diferentes que vão te trazer
visões distintas do que você pensaria, pontos de vista variados proporcionam
decisões mais centradas e equilibradas. Outra coisa: procure pessoas melhores
do que você. Empreendedores inseguros se sentem ameaçados por pessoas mais
competentes do que eles. Não caia nesta armadilha, a empresa só vai crescer
quando, em algum momento no futuro, você perceber que ela não precisa mais de
você e pode ficar na mão de seus funcionários.
Não faça: Centralizar
demais as decisões
Este
é um dos maiores defeitos do empreendedor. Empreendedores com dificuldade de
delegar decisões impedem o crescimento do seu negócio, pois eles não conseguem
centralizar tudo o que envolve um negócio complexo e dinâmico. Trata-se de um
comportamento natural, pois o empreendedor atribui a si mesmo o sucesso do seu
negócio e não acredita que outras pessoas possam tomar as mesmas decisões que
ele tomaria. Para muitos, delegar é uma verdadeira dor, reflexo de pura
insegurança e desconfiança. Se as pessoas forem competentes, suas decisões
podem não ser as mesmas do empreendedor, mas não necessariamente serão decisões
erradas.
Não Faça: Economizar
com pessoas
Embora
alguns funcionários possam ser considerados como mera mão de obra operacional,
que podem ser facilmente substituídos quando necessário, o empreendedor precisa
saber identificar os talentos que trabalham para ele, com quem ele poderá
contar para cumprir as duas dicas anteriores. Já falei na minha coluna que
dinheiro não motiva ninguém. Vários estudos demonstram que aumentar salários
não garante que a pessoa fique mais motivada e se engaje mais com o trabalho.
Por outro lado, se essas pessoas sentirem uma sensação de injustiça na relação
entre o que eles agregam ao negócio e a remuneração que recebem, certamente se
sentirão desprestigiados e desmotivados, podendo abandonar o empreendedor a
qualquer momento. Não coloque salário como incentivo, mas pague a eles acima da
média do mercado. Eles se dedicarão mais se esse assunto não estiver
incomodando. O retorno certamente valerá a pena.
Não faça: pedir dinheiro
de investidor se não estiver realmente precisando
Existe
uma idéia fixa na mente do empreendedor em geral, e não só o brasileiro, de que
ele só pode começar seu negócio com grandes volumes de investimento. Se a
maioria fizer um pouco de contas descobrirá que pode-se começar com uma
estrutura bastante enxuta, que requer pouco comprometimento financeiro. O
americano tem uma palavra para a prática de começar com pouco dinheiro que eu
adoro: ‘bootstrap’. Muitos empreendedores famosos começaram com bootstrap, na
garagem ou em um quartinho emprestado. Além disso, ter um investidor ao lado do
empreendedor pode representar mais problema do que vantagem, pois isso resulta
em um pouco da sua liberdade nas decisões estratégicas sobre o negócio. Muitos
procuram um sócio capitalista sem pensar direito nestas implicações
negativas.
Não
Faça: Abrir um negócio apenas pelo dinheiro
Já vi muitos negócios
fracassarem porque o empreendedor perdeu o gás no meio do caminho. Aquela chama
da paixão, do engajamento, da persistência é diretamente proporcional à
identificação do empreendedor com a natureza do negócio. Se esta identificação
for apenas pelos ganhos financeiros que o negócio proporciona, sem que haja
nenhum vínculo pessoal com o negócio, é bastante provável que o empreendedor
não sinta mais que o dinheiro compense aquilo que se torna uma verdadeira ‘dor
de cabeça’ na medida que vai se tornando maior e mais complexo. Quando o
empreendedor começa a lamentar acordar todos os dias para fazer algo que dá
dinheiro, mas não dá prazer, ele começa a ficar desleixado, perde o interesse e
passa a se preocupar mais em como gastar o dinheiro do que com o negócio. Nesse
momento, ou o negócio afunda, ou ele se dá conta disto antes e consegue
vendê-lo para fazer outra coisa que lhe dê mais prazer.
Faça:
você mesmo o plano de negócio
Tenho sido contatado por
empreendedores que me encomendam um plano de negócio. Alguns deles querem
simplesmente que eu faça todo o plano, estude o mercado, levante as
informações, defina a estratégia, desenhe os cenários de projeções e lhe
entregue tudo pronto no final. Eu costumo, gentilmente, recusar este tipo de
proposta, pois sei que esse plano ficará na gaveta. Escrever um plano de
negócio dá trabalho, principalmente para coletar as informações necessárias.
Mas é um exercício fundamental de aprendizado sobre o negócio. É com esta
prática que o empreendedor conhece o negócio, se antecipa aos riscos, conhece
pessoas, aprende as particularidades do setor e vislumbra com mais clareza a
potencialidade do negócio. Isso não se obtém lendo um plano pronto, e sim, na
interação necessária com o ambiente para escrever o plano de negócio. Se o
empreendedor tiver preguiça ou não dispuser de tempo nem para isso, certamente
não é um negócio que ele quer começar.
Faça: Conheça a si
mesmo
O
processo de auto-aprendizado e auto-conhecimento deve ser contínuo e
ininterrupto, durante todas as fases de vida do empreendimento. Empreendedores
que se conhecem bem são mais seguros, auto-confiantes e determinados. Esta
segurança transparece em seu relacionamento com clientes, empregados e
parceiros, sendo uma característica muito positiva para o negócio. Na medida em
que o negócio se desenvolve e cresce, inevitavelmente o empreendedor evolui de
forma proporcional. Ele amadurece com a experiência, incorpora o aprendizado
dos erros e afina sua visão do todo e capacidade perceptiva. É preciso buscar
sempre este auto-conhecimento para saber o quanto ele evoluiu de ontem para
hoje ,e de hoje para amanhã. Existem várias formas de se auto-avaliar, seja por
meio de feedback de pares e membros da equipe, seja por meio de mentores e
coachs ou assistência profissional de psicólogos.
Faça: Peça dinheiro
quando não precisa dele
Esta
dica foi dada pela Kathy Einsenhardt da Universidade de Stanford. Se for pedir
dinheiro para uminvestidor, não peça quando precisar de capital. Nesse momento,
o empreendedor já está desesperado e perde o poder de barganha. O melhor
momento de pedir dinheiro é quando se ainda não precisa, mas já existe algo
palpável para apresentar. Se já tiver um protótipo do produto, uma patente
registrada, um cliente confirmado, uma parceria estratégica firmada, ou
qualquer coisa que mostre que o negócio é viável e já está rodando com
resultados concretos. Esses elementos dão credibilidade ao negócio, senso de
comprometimento do empreendedor e poder de barganha na negociação. Um bom plano
de negócio ajuda a identificar a necessidade de recursos no futuro, antes de
efetivamente surgir a necessidade.
Faça: Experimente
algo que ninguém tentou antes
Falar
de inovação é mais fácil do que praticar. Inovar faz parte da natureza do
empreendedor e é uma das características que o diferencia do pequeno
empresário. O problema é que fazer algo diferente do que você está habituado a fazer,
diferente do que os concorrentes fazem e diferente do que o mercado compra, é
um desafio com altos riscos. Mas é onde o negócio pode achar seu verdadeiro
diferencial. A melhor estratégia para fazer isso é experimentar em pequena
escala, se possível. Tentar algo experimental com alguns clientes de confiança,
preparar um teste de conceito, desenvolver um protótipo ou algo que possa ser
tentado com mínimos prejuízos se der errado. A ousadia é uma característica do
empreendedor, mas ele não assume qualquer tipo de risco, ele sempre procura
formas de minimizar os riscos e a experimentação é uma destas formas.
Faça: Seja
honesto
Às
vezes vejo empreendedores dizer que vão sonegar impostos, inflar o valor do
negócio além do real ou vender o que não têm para seus clientes. Justificam
estas práticas como riscos que todo empreendedor precisa saber correr para
tirar seu negócio do chão. Talvez a idéia equivocada é que a percepção do risco
está na pura perda de um cliente ou de pagar as taxas de juros depois se for
descoberto. O problema, na verdade, é mais profundo. Ser desonesto pode ser uma
imagem que o empreendedor cria para si mesmo que gera um impacto muito maior do
que o imaginado. Talvez, se ele soubesse o verdadeiro risco que expõe ao seu
negócio por não cuidar da imagem, ele não adotaria certas práticas. Ser
honesto, por outro lado, proporciona um efeito inverso: cria uma reputação,
fortalece uma imagem positiva, gera credibilidade. Certamente, vale a pena ser
honesto no mundo dos negócio.
Fonte:
http://www.incorporativa.com.br/mostranews.php?id=7886
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